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sábado, 21 de fevereiro de 2009

Desafio "16 Factos"

Hoje, sábado... lindo dia de sol, que belezura! Tenho o dia por minha conta, não me comprometi com nada nem com ninguém, por isso vou aproveitar e fazer o que bem me apetecer! Da parte da manhã tratei das habituais tarefas domésticas, nas calmas e agora até podia aproveitar e ir dar um giro, mas não estou para aí virada... Decidi que vou pôr em dia os desafios que o pessoal blogueiro me tem lançado e depois... logo se vê!

A minha querida Amiga Bichana do blog Quimeras Mil participou num desafio já há algum tempo atrás (quase um mês... xi, que atrasada eu ando), não o lançou a ninguém em especial, apenas referiu que "gostaria que todos se desbroncassem". Eu disse-lhe que sim, que me ía desbroncar e cá estou hoje na Paz da Tasca e ao som de Jay Jay Johanson, o album Antenna, deste músico sueco que tanto aprecio para o fazer.




O DESAFIO DOS 16 FACTOS, que consiste na escolha de 16 factos aleatórios ácerca de nós próprios, contá-los e assim dar a conhecer um pouco mais de nós a quem nos lê.
E cá está a Cenourita para vos abrir um pouco do livro da história da sua vida!
  1. Nasci na primavera de 1967 (ano de boa colheita!) fruto do amor dos meus pais, que tinham entre si uma diferença de idades considerável, 19 anos. A minha mãe tinha 20 anos e o meu pai 39. Seis anos depois nasceu o meu irmão, vontade dos papás feita à filhota que não se cansava de pedir um mano ou uma mana. Cresci no seio de uma família grande e unida, avós, pais, tios, tias e muitos primos. Senti essa união familiar até aos meus 14/15 anos que aos poucos se foi desmoronando devido às vicissitudes da vida. Tive uma infância muito feliz, recordo com frequência as brincadeiras, o apoio e carinho, o modo de vida, a educação e valores que me foi transmitida.
  2. Comecei a namoriscar cedo na idade, namorico de escola, do qual fiquei grávida da Titó com 17 anos. Frequentava na altura o 11º ano, foi duro para os meus pais (sobretudo para a minha mãe) que não reagiu bem como era natural. Eu aos 14 anos ainda brincava com bonecas e grávida aos 17... foi dificil de aceitarem. Eu encarei bem, embora não esperasse e sentía-me preparada para enfrentar a mudança de vida. Casei por opção, foi necessário consentimento dos meus progenitores por ainda ser menor de idade.
  3. Tive uma gravidez normal, com alguns enjoos nos primeiros meses. Fica para sempre a recordação da sensação e evolução de ter um bebé a formar-se e a crecer dentro da nossa barriga, é fantástico. A Titó nasceu já eu tinha completado 18 anos, foi um parto normal, rápido e posso dizer que não sofri como muitas mulheres sofrem. Foi a melhor coisa que me aconteceu na vida! Ser mãe é maravilhoso e a pouca diferença de idades é um espectáculo, por isso muitas vezes passamos por irmãs.
  4. Nessa altura, estudava também inglês no Instituto Britânico, estava no 5º ano e aquilo que eu julgava que continuava a fazer depois de casada era não deixar de estudar, linguas era a minha paixão e a área da economia também... acabei por deixar tudo isso para trás, o marido não aceitava a vida de estudante mesmo bem estruturada com a vida familiar.
  5. Devido às circunstâncias, passei de menina rebelde mas ajuízada, brincalhona e bem disposta a uma mulher forçada, submissa, revoltada... entreguei uns bons anos da minha vida nas mãos de quem não merecia... fui lutando enquanto tive forças para conseguir mudar o rumo das coisas, tentando fazer ver a quem me manipulava que uma vida em comum não se vive assim.
  6. Furando as regras impostas pelo casamento, fui fazendo alguns cursos, na área da informática e contabilidade.
  7. Aos 20 anos fui violentamente mordida por um gato enraivecido, todo o meu lado esquerdo desde o ombro até ao pé ficou num estado lastimável, estive à beira do precipício. Eu que sempre tive animais e sempre fui apaixonada por gatos como vocês sabem, andei meses para curar as dentadas profundas numa perna, também graças a uma enfermeira carniceira que ao fazer-me o penso quis foi despachar porque estava na hora de saída e não tratou devidamente dos ferimentos. No dia seguinte era só febre e já nem os olhos abria e mal falava, estava tudo infectado.
  8. Fiquei com medo de gatos e na rua sentia-me perseguida por eles, foi horrivel! Até que superei o trauma com uma gatinha preta abandonada que apareceu lá em casa e lhe comecei a dar comida mas à distância. Ela era tão meiguinha que a partir daí esqueci o que tinha sofrido e voltei ao normal, nunca mais deixei de ter gatos.
  9. Desde que me casei sempre trabalhei, no gabinete de contabilidade com o meu pai, formei uma sociedade com o marido e acabei por fazer o curso de mediadora de seguros. Abri o meu próprio escritório e alturas ouve em que me dividia por todo o lado.
  10. Vivi uma série de anos num ambiente que não me dizia nada, não fazia parte da minha maneira de ser, fui psicologicamente maltratada, desprezada e usada quando havia conveniência. O único pensamento que tinha era ver-me daquele pesadelo para fora, demorei sete anos a fazê-lo, anos de tristeza e agonia mas fiz. Deixei para trás quinze anos de vida e recomecei do zero. Renasci, voltei a respirar ar puro, comecei a criar o meu mundinho.
  11. É claro que não tive só coisas más, mas as melhores da minha vida vieram precisamente do recomeço de um novo ciclo, soltei-me das amarras que me prendiam...Engordei... não havia necessidade, mas atríbuo isso à mudança de vida, à paz interior que comecei a sentir, ao usufruto do meu espaço, das minhas ideias e convicções, de mim própria que tinha deixado de o ser por "mor" de um casamento.
  12. Há três anos atrás perdi a maior referência da minha vida, o Papi. A única coisa que me fez aceitar melhor a sua partida foi saber que ele não sofreu, estava bem e de repente... deixou-nos. Esse dia está vincado na minha memória, pois na altura em que aconteceu e que recebi a chamada para ir depressa porque o papá não estava bem, estávamos todos cá da Tasca, Cenourita, Titó, Nino e Telmo a acabar de jantar à mesa de um restaurante e completamente perdidos a rir por causa de uma baboseira que eu havia dito. Nesse dia eu tinha estreado uma roupa toda bonita, sapatos e até me tinha produzido toda... o riso, as gargalhadas foram tantas que borratei a pintura toda e quando pegam nos telemóveis para me tirar fotografia... as chamadas não atendidas eram infinitas... só podia ter acontecido alguma coisa, pois antes de sairmos de casa tínhamos falado ao telefone e estava tudo bem. Não consegui voltar a vestir aquela roupa bonita, dei-a e ainda hoje me custa ir a casa da Mami. Ela reclama que não a visito, mas não sabe ou não compreende que não superei ainda a perda e que o Papi me faz muita falta.
  13. Dentro deste novo ciclo ou nova etapa da minha vida, outros pequenos ciclos aconteceram. Conheci novas pessoas, criei novas amizades, duas relações amorosas pouco duradouras que não tiveram pernas para andar. Adquiri mais conhecimento, mais sabedoria, cresci espiritualmente. Fugi tempo a fio de um amor que me perseguia e em que eu já não acreditava, mas esse amor não desistiu, foi paciente e persistente e acabei por me entregar a ele. É o amor da minha vida, é quem me dá valor e me compreende, é quem me atura nos dias de TPM, se é que existem almas gémeas, é a minha alma gémea, é o meu Nino como eu lhe chamo. Não vivemos juntos mas partilhamos tudo e é como se vivessemos.
  14. Há pouco mais de um ano fechei o meu escritório, vim trabalhar para casa, como profissional liberal pude fazê-lo e como sempre trabalhei sózinha, nunca tive empregados, foi mais fácil, foi mais uma mudança que teve que ser feita, pois a vida não está fácil e temos que nos adaptar às circunstâncias. No ínicio não foi fácil, entrei em depressão mas já me habituei e consigo perfeitamente ir dando conta do recado.
  15. Sensivelmente na mesma altura surgiu mais um grande ponto negro na minha vida, não vou falar dele agora, mas fa-lo-ei mais tarde, quando tudo estiver resolvido.
  16. A vida tem-me pregado algumas partidas, já fui alvo de muitas rasteiras, mas continuo de cabeça erguida para enfrentar um dia de cada vez. E quem disser que é impossivel mãe e filha serem as melhores amigas uma da outra, engana-se, porque tenho na Titó a minha melhor Amiga! Sou uma Cenourita Feliz, Babada e Amada!
Desafio respondido... e acabei de fazer uma coisa que nunca pensei, abrir assim o livro da minha vida real para o mundo virtual. São apenas 16 factos, dos mais relevantes da minha vida até esta data. Certamente quando for velhinha muito mais terei para contar. É um resumo daquilo que um dia sonho fazer, escrever as minhas memórias para os netos, bisnetos e trinetos conhecerem bem a Vóvó Cenourita.
Era suposto eu passar este desafio a 16 pessoas, mas tal como a minha Amiga não o vou fazer. É certo que gostaria que quem me lê também se "desbroncasse", por isso força pessoal!

13 comentários:

Cláudia Marques disse...

Amiga Cenourita, estive aqui perfeitamente hipnotizada a ler o teu texto. Apesar de já conhecer algumas das tuas "aventuras", li o relato com o maior prazer, está escrito de uma maneira muito bonita, de coração aberto.
Obrigada por partilhares connosco as coisas boas e as más.
Continua a ser a pessoa maravilhosa que és, e que merece muito ser amada e respeitada.
Beijocas

Florbela disse...

Olá minha querida Cenourita
Finalmente encontro-me de novo "ligada ao Mundo".
E agora que a distancia é um pouco maior, a visita a esta tasquita tem outro sabor. Obrigado por não te teres esquecido de mim.
Um beijo gigante
Be

Isabel disse...

Cenourita, és uma mulher de garra! Superaste todos os contratenpos com força e de cabeça erguida, muito bem! Continua assim: feliz, babada e amada. Bjs

ameixa seca disse...

É tudo isto que faz de ti uma pessoa fantástica que é amada por muitos de nós!!! És realmente uma grande mulher e uma lutadora :)
Foi muito bom ler-te! E esse gato que te mordeu deve ter visto uma gata em ti e pumba... trincou-te de cima a baixo he he
Abraços fortes

Karla disse...

Puxa...mais uma prova de como as mulheres são seres fabulosos que nascem e renascem e nunca perdem a capacidade de amar e de fazer com que todos à sua volta se sintam bem.

beijinho muito grande

Unknown disse...

Sabes amiga...neste mundo virtual ninguém se conhece profundamente, acho que todas ganhamos carinho umas pelas outras, ganhamos admiração, mas verdadeiramente aa nossas vidas não estão completamant expostas. Exposeste um texto lindo, cativante e que me fez admirar-te aida mais. Tens de ser uma grande mulher tanto por aquilo que passaste, como pela coragem de expôr, por isso um bem haja a uma mulher de coragem, e de garra...na minha opnião e eu sou um pouco mais casulinha...as mulheres têm de ser assim, se te deixas acalcar uma vez, deixar-te-às acalcar toda a vida, e tu tiveste a coragem de dar o grito final. OBRIGADA AMIGA, EM NOME DE TODAS AS MULHERES...ÉS UM EXEMPLO A SEGUIR. BEIJOS GRANDES.

Os Olhos de Alice disse...

Cenourinha fiquei emocionada em ler seus relatos, de sua vida!!!
Me identifiquei com vc muito.
E eu perdi meu Pai, vai fazer 15 anos, e foi a pior coisa da minha vida!!! ele tbm não sofreu, morreu dormindo...
um grande beijo

Unknown disse...

Queridas Amigas

Respondi ao desafio, descrevendo naturalmente factos reais da minha vida pessoal, situações que vivi e que me marcaram, umas pela positiva, outras pela negativa. Mas que também me ensinaram, aprendi com elas, evolui com elas... A vida é uma escola e todos nós temos cada um a nossa, não é preciso ser-se doutor ou engenheiro ou ter qualquer outro curso superior para se ser licenciado, doutorado ou mestrado. Este grau de ensino nasce e cresce de forma inusitada só que não nos dá direito a diploma em papel, mas confere-nos um valioso título de sabedoria, dignidade, respeito e moralidade que não se aprende nos livros nem tão pouco está sujeito a avaliações.
Tenho profunda consciência de que provavelmente irei ser criticada pela forma como me expus, mas isso a mim não me preocupa nem afecta, quem sabe o meu desabafo possa vir a ser útil para alguém que esteja a passar por situações idênticas às minhas...
Confesso que me emocionei ao ler os vossos comentários, agradeço do coração as vossas amáveis palavras que me ficaram gravadas na memória.
A todas vós um GRANDE BEM HAJA!

(e depois de vos responder, pensei... esta resposta vai ter direito a post)

Beijinhos grandes***

Raspas de Laranja disse...

Fiquei sem palavras. És realmente uma grande Mulher. Adoro-te e a tua coragem! Bjs

Isabel Seabra disse...

Só agora li este texto e fiquei siderada com a coragem que dele ressalta. Desejo, sinceramente, que continue sempre com toda essa força e espírito positivo.
bjs

Anónimo disse...

Vim deixar um beijinho especial à minha querida Cenourita.Tenho imenso orgulho em ti, superaste tantos contratempos e tristezas da vida com a força de uma verdadeira Mulher! Tens mais um miminho no meu blog, que te assenta a 100%!!!
Um bjnho enorme, com carinho e admiração.

Anónimo disse...

Olá Cenourita

Passo pelo teu cntinho de vez em quando, e achei este post completamente fabuloso, e em tantos pontos parece que estas a falar de mim.

Adorei e muita Força Linda, só pelo que li e nao te conhecendo, acho que és uma Mulher Fantastica.

E sim as maes podem ser as melhoras Amigas das Filhas, pois a minha é a minha.

Adorei e a tua sinceridade foi incrivel. Força Linda e nunca desistas.

Beijocas

Carla

risonha disse...

querida amiga, já conhecia grande parte das coisa que tu escreveste, mas adorei ler a maneira como relatas os factos da tua vida.
és uma Mulher com M grande.. aliás, com um M ENOOOOOOOORME que eu adoro e de quem me orgulho muito ser amiga.
beijos grandes

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