... um bocado para o desgrenhada, mas também não havia necessidade de se ir embora sem que eu tivesse sequer sentido a sua presença ao longo destes últimos meses!
De manhã, ao erguer-me dificilmente do aconchego dos lençóis, deparei-me com a toalha de linho branco que lhe havia oferecido aquando da sua chegada pendurada na porta e uma enorme poça de água alastrava pelo chão fora.
- Olha... Já saiu?
Senti a falta do seu perfume matinal mas, pensando bem, não houvera assim tantas manhãs que o tivesse farejado. Ainda assim, desatei a abrir gavetas e armários em busca dos seus pertences, e... tudo vazio!
- Olha... Foi embora!
Não se despediu! Talvez não me quisesse perturbar o sono... Talvez se tivesse lembrado que não gosto de despedidas... Fui à janela, numa esperança vã de o encontrar do lado de fora a sorrir-me envergonhado e deparei-me com uns raios de sol que rasgavam serenamente as nuvens.
- Bem vindo, caro Outono! - apresentei-lhe o meu sincero sorriso e o maroto piscou-me o olho. Julgo ter-lhe percebido o sinal...
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