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É uma história fascinante que se desenrola numa antiga colónia portuguesa, S. Tomé e Príncipe, com inicio em Portugal e passagem pela India. Inspirado num período conturbado da história portuguesa no início do séc. XX e ultimos tempos da monarquia. Retrata essencialmente a politica de governação daquele território outrora português, o trabalho dos escravos nas roças e a discrepância entre nobres, ricos e governantes e, pobres, escravos e tiranos.
..."Como de costume, Luis Bernardo mandara servir o jantar na copa e não na sala de jantar, que lhe continuava a parecer um bocado grande, desagradável e formal, com os seus pesados armários de madeira indo-portugueses, que ele detestava particularmente. Além disso, a copa permitia-lhes abrir de par em par as portas que davam para o terraço, prolongando a noite e o jardim para dentro de casa."
Como eu o compreendo... as situações formais tornam tudo tão impessoal... e nada melhor que uma bela vista para o jardim.
"E estava uma noite particularmente bonita, de lua cheia e vento quieto, com um calor flutuante que trazia consigo um perfume a maresia e a flores cujo cheiro ele não sabia identificar, mas que Ann distinguia em pormenor."
Só de imaginar o ambiente, apetecia-me lá estar!
"Justificando-se com o acrescento de trabalho, ele indicara ao Sebastião (diplomáticamente, para não ofender o seu brio), que se fizesse coadjuvar pela Doroteia, no serviço à mesa. Era uma provocaçãozinha ao João, que ficava fascinado com os movimentos ondulantes e silenciosos, com o sorriso de dentes brancos e olhos negros com que a Doroteia evoluía à volta da mesa. Mesmo de pé, circulando e ajudando a servir à mesa silenciosamente, ela era a mulher que faltava ao grupo e a verdade é que a sua presença não era indiferente a qualquer um dos homens ali presentes. Luís Bernardo saboreava com verdadeira volúpia o efeito que a Doroteia causava. Apetecia-lhe passar-lhe a mão pelas ancas, quando ela lhe vinha mudar o prato, ter um gesto que indicasse aos outros que era ele o proprietário e usufrutuário daquela pantera sedosa, talhada em ébano, em marfim e em lânguidas gotas de suor. Por uma vez, estivera à beira de consumar o gesto irreflectido, quando reparou que, sentada à sua direita, Ann observava a cena com aquela atenção instintiva que as mulheres têm para essas ocasiões. E quedou-se, de mão suspensa no ar, e corando, como um menino pequeno apanhado na iminência de uma flagrante asneira."
Ai o malandro... Pois, homens... não podem ver um rabo de saia... eheheh
"A Sinhá tinha feito a sua extraordinária sopa de peixe, que não conhecia rival nas ilhas, seguida de um assado de porco do mato enrolado em banana-maçã, que lhe dava um gosto requintado e imaginativo, digno de um chef francês. Um pudim de côco e um sorbet de manga rematavam a refeição, a propósito da qual e da abundante dose de piri piri da sopa da Sinhá, David comentou que nunca tinha percebido por que é que era justamente nos climas mais quentes que se usava mais picante na comida."
Bons garfos sim senhor... não se tratavam nada mal!
[transcrito das páginas 306 e 307 e comentários de Cenourita]
4 comentários:
Eu também sou assim... adoro livros que me cativem, e quando assim é só sossego depois de os acabar.
Tenho saudades de um livro assim. Infelizmente o dinheiro não chega para tudo e essas coisas têm ficado para trás.
Já ouvi falar tanto desse livro, e agora fiquei ainda mais curiosa. Vou tentar...
Beijinhos e boa semana.
É realmente um livro cativante, já li e estou curiosa para ver a mini-série baseada nele. A nossa imaginação é muito mais rica do normalmente é a adaptção a um filme, habitualmente fico desiludida e acabo por gostar sempre mais do livro.
Na minha mesa neste momento encontra-se o Rio das flores mas um pouco parado,pois no fim de um dia de trabalho já se torna difícil pegar nele.
Quanto ao final do Equador, nada digo...
Boa leitura
Silvia
Este livro vale mesmo a pena, faz como eu... faço uma lista dos livros que me interessam, vou comprando alguns e riscando e há sempre alguém atento à lista cá em casa e de volta e meia lá sou eu surpreendida com mais um da lista e até ouço dizer assim "Pois... está sempre uma listinha em cima da secretária... não é nada dificil saber quais te interessam mais...", e eu fico toda contente ihihihi.
Eu sei que nos tempos que correm, é muito dificil governar uma casa, uma familia e nem sempre se consegue comprar um livro, e eles são desmesuradamente caros, uma coisa que não se compreende pois um livro é cultura e como é que este país vai para a frente e com gente culta se um bem destes custa uma fortuna e não está ao alcance de todos, isso revolta-me, sabes?
Eu adoro ter os livros, para mim são um investimento, mas também leio alguns que me emprestam e se gosto deles fico com o bichinho a morder para os adquirir, é uma paixão. Mas olha, podes sempre requisitar numa biblioteca, se eu não puder tê-los não deixarei de os ler. As bibliotecas servem para isso mesmo.
Maria
É cativante mesmo. O Rio das Flores está na minha lista ;)
Também estou ansiosa por ver a série, se bem que, e como tu, fico sempre desiludida quando vejo um filme baseado num livro que já li, é sempre muito mais sucinto do que o próprio livro. Quanto à serie estou expectante e ao mesmo tempo convencida que será um sucesso, pois não vai ter a duração de um filme, tanto quanto sei, irão ser vinte e tal episódios e daí ir ao pormenor do livro. Cá estamos à espera para ver.
Beijocas e boas leituras
Venho às vezes de visita porque gosto de cozinhar mas gosto muito de ler. Também gostei do Equador, mais do que do último, Rio das Flores. Por coincidência mandaram-me hoje em mail as obras completas. Mas ter o livrinho na mão ´diferente. No blog em que colaboro, às vezes também comento livros ( www.marquesices.blogspot.com)
Obrigada pelas suas sugestões culinárias.
Abraço
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