Conforme anunciado no Painel Informativo da Tasca ontem foi dia de passeio e o local escolhido foi a capital da Sopa da Pedra, Almeirim. Foi pensado e organizado de repente... isto quando se sai da concha e se vê a claridade cá fora até cega, de modo que, pensei... hummm... bora lá alargar as vistas, confortar o estômago, mudar de ares e levar malta atrás para a rambóia. Se bem pensei, depressa o fiz, peguei no telélé e sms a uma série de pessoal amigo que está sempre pronto para a brincadeira... Num instante recebi as respostas, foi só marcar hora de saída e mesa no restaurante "O Toucinho".
Reunimo-nos todos à porta da Tasca, e toca a andar nas calmas até ao destino com paragem pelo caminho para tomar café. Fui a guia turística, na frente a comandar as tropas, decidi que se era para passear, nada de auto-estradas e a primeira paragem foi logo na Batalha para tomar um cafézinho na Pastelaria junto ao Mosteiro. Seguimos pela Serra d'Aire e Candeeiros, atravessando aldeias e apreciando a bela paisagem campestre e também urbanística (é cada mansão por aí espalhada nos sítios mais reconditos... qualidade de vida sim sr, assim mesmo é que é), cumprimentando os transeuntes com uma buzinadela e um aceno de mão fora da janela, parando antes de entrar nas rotundas para tirar fotos ao seu embelezamento e formando fila atrás da caravana, ah e pois... claro... rotunda que é rotunda tem que se contornar sempre duas vezes... e uns diziam "pronto já chega, basta uma vez", e outros "com tanta volta nas rotundas vamos fazer mais 40 kms do que era suposto", e outros "Ai Mãe Bela... faz as curvas mais devagar...", e outros ainda "se ainda falta muito para chegar fico já aqui..." eheheh! Ah pois é! Quem vem atrás de mim... tem que se aguentar à bronca... e curvas??? Afinal o que era disto sem curvas??? Não tinha piada nenhuma...

Chegados ao destino e já com o apetite bem aguçado estava tudo impaciente "Afinal, reservaste mesa e ainda temos que esperar...", "Oh pessoal! Não stressem, isto é preciso é calma, a sopa não foge", até que lá nos chamaram, nos sentámos à mesa, nos serviram a correr desertinhos para nos porem a andar dali para fora e fazerem a terceira rodada de almoços na mesma mesa. Nunca tinha visto nada assim, conheço e frequento "O Toucinho" há mais de vinte anos, o descaramento de quem servia à mesa foi tanto que me queria tirar o prato da frente ainda meio de sopa e quando dou por ela ao fundo da mesa já ninguém tinha prato, mas o que é isto??? A malta vem de tão longe para degustar um petisco típico de uma região e tratam-nos assim??? De modo que, pedi mais uma terrina de sopa e claro mais pratos e colheres. E pensei... "Bem... o homem deve estar a pensar que estamos todos gordos, não podemos comer muito... ou será que está a pensar em ainda facturar mais duzentos euritos hoje nesta mesa???..."

Deu-se mal o malandro... então não é que me apanhou à saída da concha e com a pica toda! Toca a saborear devagar, devagarinho... pausa para sessão fotográfica de grupo, pausa para sobremesa, pausa para café, pausa para a conversa e brincadeira... nós bem que queríamos a pausa mas o corropio dele para a nossa mesa e a pressa não pausava! Xiça!!!
Conta paga e uma voltinha a pé para ajudar a digestão... Mais umas voltas às rotundas... e continuação do passeio de volta a Leiria por outro caminho, outras aldeias, outras localidades, paragens pelo meio e sempre na coboiada.
E, como não podia deixar de ser, final de dia na Tasca da Cenourita. A Titó e o "filhote" Telmo tinham-se dedicado à culinária na tarde anterior, fizeram pão, um doce e um bolo... foi só pôr a mesa... queijo, marmelada, vinho, mais pão que trouxemos do restaurante, licor e café e uma noitada de animação, de chorar a rir... foi espantástico!

Ah! E será que alguém me sabe dizer como se chama este pão delicioso tão típico de Almeirim?