Muito boa noite, Senhoras, Senhores
Cá na minha Tasca há bons sonhadores
Há bons sonhadores, boas maluqueiras
Gozam os amores, dos meus disparates
Dos meus disparates, das minhas asneiras
Muito boa noite, e desculpem as minhas tonteiras
Se tiverem bom jeitinho
Cantem sem parar
Em tom bem altinho
Para que aqui vos ouça a cantar
Se desafinarem
Não tem nenhum mal
Mais vale cantarem
Cantilenas deste Portugal
Aqui por estas bandas
Já chega de cantorias
Vamos lá continuar a postagem
Das minhas benditas férias!
A partir da nossa "residência", Monte dos Pensamentos, fizemos alguns passeios pela cidade de Estremoz e arredores. Depois do pequeno almoço, ida obrigatória a uma esplanada da cidade para cafezar e dar vitaminas às vistas;), uma espreitadela pelo mercado diário da fruta, umas compritas, umas visitas loucas a tudo o que era casa de artesanato e produtos regionais. Seguia-se a passeata pelos arredores. Serra d'Ossa, Redondo, Alandroal, uma pequena barragem perto de Jorumenha (zona da Raia Alentejana), com paisagens únicas de povoações dispersas, chaparros, oliveiras, sobreiros, azinheiras, vinhas... junto à barragem, onde pic-nicámos, estavam dois alentejanos de gema na sua pescaria. Não me lembro o nome dos peixes que se deixaram enganar pelo isco e o anzol naquele dia, mas os simpáticos alentejanos falaram-nos de um peixe muito comum naquela zona e que é um verdadeiro petisco, o
Peixe Gato, já tinha ouvido falar desta espécie mas nunca provei e com toda a conversa fiquei desejosa de o encontrar à venda e o confeccionar.
Seguimos em direcção a Vila Viçosa, paragem obrigatória. O calor era mais que muito, havia vontade de visitar o Paço, mas... a sombra do jardim e da esplanada, a prova do doce tipíco, Tiborna... falou mais alto e aproveitámos para um bom momento de relax.

Seguiu-se passagem por Borba de volta à "nossa casa"... relax pelo jardim, piscina, brincadeira com uma simpática menina holandesa (que não falava inglês mas nos entendíamos bem por linguagem gestual), festinhas aos miaus que apelidei de Tarecos... banhoca (para mim, na banheira) e saída para jantar numa Tasca em Borba. O cafézinho tomei sentada no rebate de uma das portas de entrada ao som de bombos, tambores, gaitas de foles... era o ensaio do grupo musical no Centro Cultural de Borba. Adorei aquele momento... acabar de jantar, sair da Tasca com achávena de café numa mão e o cigarro na outra, sentar-me à porta como manda a lei alentejana, saborear o vício com aquele som de fundo... só apetecia descalçar os chinelos e dançar pela calçada.
No dia seguinte a passeata foi até Elvas, pic-nic já pó tardito e rumo a Badajoz... Ah pois é!
Não nasci provinciana
Mas tenho um enorme encanto
Pela vida Alentejana
Não nasci no Alentejo
Nem à beira do Guadiana
Mas sinto um gosto especial
Pela paisagem Alentejana
Ó Elvas Ó Elvas
Badajoz à vista
Sou contrabandista
De amor e saudade
Transporto no peito
A minha Vontade
Chegados a Badajoz (por favor leiam em español, Badahoj), passeio pelas calles, jardíns, terrazas, tiendas (cerradas, siesta time). Cidade bonita, bem organizada, limpa e jardins em tudo o que é sitio, até as varandas dos apartamentos com aqueles toldos tipícos e cheias de árvores, plantas e flores... es un verdadero encanto!
À saída da cidade, paragem obrigatória no Carrefour, para umas comprinhas de carácter culinário ;)
Saída em direcção a Elvas e mais uma visita à cidade, centro histórico, um geladinho pra refrescar e... here we go... back home... back Leiria... back Tasca!
A pressa de chegar era pouca e por isso, toca a aproveitar a viagem de regresso por estradas nacionais, atravessando lugares pitorescos e com paragens frequentes para admirar tudo e mais alguma coisa, e esta à entrada de Arronches ficou bem marcada com tonteiras e sessões fotográficas à fartazana... não era caso para menos;)
Aqueles dias e lugares foram fantásticos... só me apetecia ficar mais tempo, mas... a Titó já estava cheia de saudades da Mãe Bela e cansadita das tarefas habituais da Tasca. Arquivei cada instante, cada maluqueira, cada petisco, todo aquele ambiente e aqueles dias espantásticos no disco rigído interno da minha memória, relembro e revivo em sonho, acordada, tudo ao pormenor.
Deixo-vos aqui uma espécie de diário de turismo de chinelo muito resumido e digo-vos com a maior convicção, que...
IR OU ESTAR NO ALENTEJO É UMA GRANDE QUALIDADE DE VIDA E A MELHOR TERAPIA NATURAL PARA PÔR DE LADO TUDO O QUE NOS APOQUENTA!
Ah! E tenho que voltar ao Monte dos Pensamentos... para dar uns mergulhos na piscina e mimar os Tarecos;)
P.S.: Os versos foram adaptados de músicas bem conhecidas de Amália Rodrigues e Paco Bandeira