... para todos os que têm em casa aparelhos que funcionam a gás (natural, butano e propano), lenha e carvão!
Com muita frequência se tem conhecimento de acidentes graves e alguns até fatais provocados pela exposição a este gás inodoro, incolor, invisível. Ele está presente nos fumos de combustão produzidos por lareiras, fogões, caldeiras de aquecimento, geradores, fogareiros...
Este meu ALERTA vem na sequência do que hoje aconteceu na tasca (e que já havia acontecido há uns anos atrás mas menos grave) e que me fez chamar o piquete de emergência da Galp Energia.
À hora de almoço senti a casa muito fria, liguei a caldeira do aquecimento, almocei e saí. Três horas depois regressei e, logo ao abrir a porta de entrada levei com um ar pesado e irrespirável que me deixou completamente indisposta. A caldeira estava a funcionar normalmente, o termostato marcava a temperatura programada. Larguei as coisas que trazia, desliguei a caldeira, corri a abrir todas as janelas para fazer circular o ar e, cheia de tonturas, nauseas e dificuldade na respiração procurei o número de telefone do serviço de emergência. Com muita, mas mesmo muita dificuldade, consegui explicar à senhora que me atendeu o que estava a acontecer (e isto já do lado de fora, na esplanada da tasca, ao ar livre). Fui recomendada dos procedimentos a tomar (que já tinha tomado - desligar a fonte de energia, arejar a casa e manter-me na rua) e aguardar pelo piquete que não tardou a chegar.
O primeiro procedimento do técnico foi ligar a fonte de energia (caldeira), fechar a porta e a janela da cozinha, abrir a torneira da água quente e ligar o aquecimento central. Medir a concentração de monóxido de carbono. O técnico mandou-me sair para a rua, porque eu já tinha sofrido o choque inicial ao entrar em casa e podia voltar a sentir-me mal. Fui. Pouco depois chamou-me para eu ver o resultado que o aparelho mostrava. Eu olhava para o aparelho mas aquele número não me dizia nada, ele... calado, a olhar em volta, até que me perguntou se a sensação que tive ao entrar em casa tinha sido a mesma que estava a sentir naquele momento e ao que eu repondi que foi muito pior, sufocante mesmo. Mandou-me de novo para a rua e continuou a fazer testes. Voltou a chamar-me, fez mais testes já de janela aberta e com entrada de oxigénio, não falava e o ar dele era de preocupação. Mostrou-me de novo o que marcava o visor do aparelho e disse-me:
- Tenho que lhe desligar o gás!
- Uh! Então...
- Aquele pássaro na gaiola teve sorte...
- Uh!
- Os gatos, também tiveram sorte!
- Mas... explique-me...
E explicou! O aparelho marcava 1421 ppm quando o valor de segurança não poderia nunca ultrapassar os 50 ppm. O gás ficou desligado. Logo de seguida chamei outro técnico, o da caldeira. Desmontou-a toda, limpou-a, substituiu-lhe os termostatos do exaustor de gases e, segundo a opinião dele, o problema deve estar resolvido. Amanhã de manhã tenho que chamar a equipe para ligar o gás e fazer novos testes. Se estiver mesmo resolvido, volto a ter o gás ligado e tudo a funcionar normalmente, se não estiver... vai ser uma carga de trabalhos e só terei gás quando não existirem riscos absolutamente nenhuns de intoxicação. Já fui advertida de que poderei ter que retirar a caldeira da cozinha e a possibilidade será abdicar da churrasqueira e mudá-la para lá uma vez que tem uma chaminé independente e directa ao telhado. Vamos ver o que isto vai dar e só espero ter este problema completamente e bem resolvido para ficar descansada.