... que eu vou desvendar o segredo do meu mais recente
vício!
Era eu uma criancinha quando aprendi a fazer muitos tipos de manualidades. Tricot, crochet, bordados, costura, arte aplicada, esmirna, macramé, nós marítimos, palhinha, trabalhos em estanho e outras coisas que já nem me lembro... Na altura das férias de Páscoa, Verão e Natal frequentava uma espécie de tempos livres que se chamava "O Curso". De tudo o que aprendi, mais gostei e, mais me apliquei a partir daí, foi sem dúvida o tricot. Anos houve, em que fazia maratonas a tricotar camisolas, casacos, cachecóis, ponchos, pantufas, meias... sabia fazer uma infinidade de pontos que já esqueci. Também fiz algumas coisas em crochet, sacas de pão, sacos de guardanapo (que se usavam muito na altura), naperons, cortinas, panos de tabuleiro, enfim... uma infinidade de coisas... Modéstia à parte, em tudo o que era de agulhas de dar ao dedo eu até tinha muito jeito e gostava. Nas camisolas e casacos, eu tricotava e a minha mãe armava e cozia. No que dizia, e diz respeito a agulhas de enfiar... tá quieto ó mau... não gosto nem tenho ponta de jeito e depois, também gosto de fazer algo que o resultado seja visível rápidamente. Passada essa fase e por uma série de razões, passei anos que não peguei em agulhas, lãs e linhas.
Há uns três anitos atrás, senti uma enorme vontade e tive imenso tempo disponível para voltar a sentir o fio da lã a passar-me pelos dedos e de ver o resultado da agulha a trabalhá-lo. Deu-me um prazer enorme escolher lãs bonitas, renovar as agulhas e pôr mãos à obra, Fiz dezenas de cachecóis para oferecer. Coisas simples, sem trabalhados, que já não sabia fazer...
Há umas semanas atrás deu-me uma enorme vontade de fazer qualquer coisa de mãos. Para as lãs, o tempo já estava a aquecer e cachecóis temos (eu e a Titó) de todas as cores, comprimentos e feitios...
- Hummm... Está fora de questão! - eu a falar sózinha.
Tenho estanho para trabalhar, mas isso requer algumas condições e é impossível sentar-me um pouco no sofá a trabalhar no estanho...
- Hummm... Também não dá! - eu a falar sózinha.
Certo dia, ao passar por uma retrosaria, comprei este novelo de linha e uma agulha. Escolhi a côr baseada na idéia que já por aqui aflorava...
- Hummm... Talvez consiga! - eu a falar sozinha.
- Quantos quer levar? - a menina da loja.
- Levo um para ver o efeito e depois venho buscar mais! - eu segura e convencida da obra de arte que dali ia nascer.
No mesmo dia, procurei gráficos na internet que se adequassem ao resultado pretendido. Encontrei um, de ponto cruz.
- Hummm... é exactamente isto que eu quero! - eu a falar sózinha.
Mãos à obra e toca a testar. Que tormento para começar. As mãos enferrujadas de anos e anos sem manusear uma agulha finíssima e uma linha número 20 que eu nunca havia tecido antes.
- Hummm... eu vou conseguir fazer isto! - eu e a minha determinação em sintonia. Dois dias depois estava na loja para comprar mais dois novelos. E daí até ontem, foi trabalhar
no novo vício até altas horas da madrugada... nem o sono me chegava.
Está feito! Ficou pronto ontem à noite! E está aqui à vista de todos!
Da minha parte está pronto e agora vai ser aplicado num tecido. Esta parte vou entregá-la a alguém especialista na matéria e como devem calcular... mal posso esperar por ter o resultado final. E, claro que depois vos vou mostrar!
Agora sejam sinceras comigo, gostam? (tenham em conta a minha inexperiência... eheheheh)
Ah! Já trago mais projectos na idéia :)))