A diferença entre...

... condutores e bloggers de fim de semana!

Os primeiros, só sentam o dito cujo no banco do bólide e pegam no volante ao fim de semana para os passeios higiénicos em família. Empatam o trânsito, fazem pisca pá direita e viram à esquerda, circulam pelo centro da via quando têm uma faixa exclusiva para o seu sentido, tão depressa aceleram como se aquilo que levam nas mãos fosse um avião prestes a levantar vôo como travam a fundo só porque o condutor do veículo em sentido contrário lhes atira com os máximos para avisar que já vai fora de mão, pensando certamente, que aquele sinal seria aviso de autoridade no caminho em vez de retomarem a via certa... *

Podia continuar a cascar nele*, mas... não vá essa espécie vir aqui ler isto e ficar a saber os nomes que lhe chamei, é melhor parar por aqui.

Os segundos, sentam o dito cujo na cadeira do escritório todos os dias, várias vezes e horas sem conta. Ligam o aparelho de manhã e só o desligam à noite, abrem e fecham programas, lêem notícias e tratam de assuntos online, falam com a amiga e com a vizinha e com o primo e até um qualquer desconhecido, sempre a martelar nas teclas já gastas de tanto uso, viram-se para o outro lado da secretária e tratam de papeladas e mais papeladas, e saem para ir aqui e ali, e voltam, e tiram óculos, põem óculos, atendem chamadas, fazem pausas para esfumaçar o cigarrito, regressam à base, têm idéias iluminadas e vontade de as publicar, recostam-se na cadeira para mais uma pausa, abrem o blogger para escrever, procuram as fotos e imagens para as ilustrar, mais uma pausa para a esfumaçadela, voltam a sentar, tentam se concentrar, um gato mia, um barulho estranho lá fora, levantam-se da cadeira... oh céus! Era a ventania!, o telefone toca e entre dois dedos de conversa passam três quartos de hora, outro gato pede atenção, festinhas e miminhos a todos para irem dormir sossegados e a mãe recuperar a concentração, as pálpebras pesam, as idéias baralham-se, as palavras escondem-se, o relógio diz que ainda não é tarde, os dedos emperram, os olhos querem fechar, resiste a vontade de escrever, de partilhar... oh tormenta! Qu'este corpo não aguenta! Vamos mas é deitar que amanhã é outro dia... **

* um condutor que hoje seguia à minha frente

** eu mesma, nos últimos dias, semanas, meses