A propósito de hoje se comemorar o Dia Internacional das Famílias, enquanto preparava o jantar, dei por mim a pensar na minha família. A minha família é enorme e a maior parte eu nem conheço.
Deste pensamento saiu-me uma espécie de divisão em forma de círculos: os que não conheço nem sei que existem, os que não conheço mas sei que existem, os que conheço e não vejo há séculos e por isso até me posso cruzar com eles na rua e não sei quem são, os que conheço e não vejo há uma eternidade e se me cruzar com eles na rua não me escapam, os que conheço e há muito tempo que não vejo e até sinto saudades, os que conheço e há muito tempo não vejo e não sinto saudades nenhumas, os que conheço (e aqui também entram alguns dos que não conheço e que só encontro em situações menos boas e nos locais menos apropriados surgem as apresentações) e até encontro de quando em vez e lá se promete combinar isto e aquilo para nos juntarmos todos mas os anos passam e ninguém combina nada e também ninguém se encontra porque anda cada um na sua vidinha e fazem todos muito bem pois tá claro!, os que conheço e vejo amiúde.
Que confusão de círculos dentro de um só círculo...
Depois, há outro círculo, o da família chegada. É um círculo especial. É um núcleo pequeno, apertado e restrito. E podem passar dias, semanas e até meses que não os vejo, não os encontro, não falo com eles, mas estão sempre presentes no meu pensamento. E ainda há outro círculo, o da família mais chegada. É um círculo especialíssimo. Pequeníssimo de tamanho mas enorme de proximidade. Já não vejo todos os dias e quando passam mais dos que é normal... a saudade é mútua e o tempo quase não chega para põr todos os assuntos em ordem e é bom, é muito bom.
Nisto e enquanto rolavam pratos, tabuleiros, tachos e outros utensílios de cozinha e se abria a porta do forno e fechava a do frigo, sou completamente abalroada por uma tropa de quatro patas em corrida.
- Hey garotos! Estão a ler-me os pensamentos e querem lembrar-me de alguma coisa?
Sim, também eles, a Família Felina Feliz formam um dos círculos da minha família...
3 comentários:
Olá Anabela, revejo-me completamente na descrição (e nos círculos) que fizeste da tua Família. A minha também é enorme e nem os gatuxos faltam :)
Beijinhos
Penso que é mais ou menos assim em todas as famílias.
Aquilo que eu sinto (e tenho alguma pena/saudade) é que quando era pequena a família reunia-se muitas vezes em festas e era de facto grande, com o passar do tempo essa família já pouco se encontra e quando se encontra é mais em cenas tristes e a família mesmo chegada cada vez fica mais reduzida, mas como tu dizes ainda bem que cada um anda na sua vidinha :-)
Comida de Conforto,
Parece-me que isto é quase geral! Enfim... é a vida! Como eu costumo dizer, valha-nos os miaus :)
Mariana Leal,
Obrigada! Irei visitar sim :)
Alcina,
Também quando eu era pequena a família se juntava toda e era uma alegria. Começa-se a crescer e cada um a formar a sua família e a desagregação é quase inevitável. Admiro muito aquelas famílias grandes que mantêm a união e fazem questão de se encontrarem, mas é a vida :)
Beijocas, meninas***
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