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sábado, 21 de abril de 2012

Cultivar a má disposição...

... exige esforço e muita dedicação!



Há alturas na vida em que o simples complexo acto de viver se torna numa tarefa desmesuradamente  árdua. É preciso capacidade, sistema, princípio... e mais uma catrefada de complementos para que a máquina humana funcione com o mínimo de risco de encravar. Cultivar a vida é como cultivar a terra. É preciso ter instrumentos e saber utilizá-los. É preciso ter as sementes bem seleccionadas e lançá-las à terra. É preciso regá-las, apará-las, desbastá-las, retirar-lhes as ervas daninhas... oh malditas ervas... É também absolutamente necessário o fertilizante - ai essa substância que ajuda na produção abundante e que se aplica para o farto desenvolvimento daquilo que se semeia, nasce, vive, alimenta e acaba sempre por sucumbir - ai o fertilizante... ai as ervas daninhas...

Digamos que, ultimamente, tenho sofrido de uns achaques de fartura daquilo que é absolutamente desnecessário e dispensável - é aqui que entram as ervas daninhas e o maldito fertilizante - e como reflexo tenho sido violentamente atacada por crises de desânimo, impaciência, resignação e tudo isto me tem feito andar constantemente arreliada e rabugenta - estados pouco frequentes em mim - e a precisar urgentemente de uma sulfatagem .

Para contrariar as contrariedades - passo o pleonasmo - tenho andado a pensar mudar a rotina, fazer coisas diferentes, arejar as idéias... Quem sabe ir ao circo, ver palhaçadas e macacadas - oh o circo já cá não está - mas, vendo bem a coisa as artes circenses entram-me pela porta adentro sem eu as convidar. Hummm, talvez uma street racing me fizesse subir a adrenalina - fora de questão, é ilegal - mas, vendo bem a coisa, ainda atropelava alguém, qu'estes reflexos parecem não andar a cem por cento, e ainda me metia em sarilhos.

Podia... podia... podia... ah pois podia... podia nada! Posso e vou! Contrariar o adubo que me anda a fecundar os dias e as noites... e acabar com este cultivo que não me traz nada de bom.

Dizem que está nas nossas mãos, o controlar das nossas vidas. Nas mãos? Tem dias que nem nas mãos, nem nos pés! E parece que nesses dias, nem na cabeça! Será que esse poder supremo está no coração? Será? Vou testá-lo! Vou experimentar e depois conto como foi!

- Vou ali à rua atirá-lo para bem longe e correr, correr, correr para o apanhar!


(qualquer semelhança entre a personagem vossa conhecida, a Cenourita, e esta história, é pura realidade)


7 comentários:

M. disse...

Ó Belinha, que te aplico já o "sulfate"!!! Muito bom este teu texto. Bom e aplicável, como o "sulfate", a mim também. Custa mudar, custa arrancar, mas, quando conseguimos, é muito bom! Não é preciso chegar a street racings, às vezes pequenas, mas persistentes mudanças são de grande e bom efeito ;)
Beijinhos e bom sábado!
Madalena

Susana Ferreira disse...

às vezes basta pegar na sulfatadeira e matar 1 ou duas ervas daninhas que teimam em crescer no nosso terreno, ou então, em vez de exterminá-las tão radicalmente, há que ingnorá-las ou contorná-las, em suma, trocar-lhes as voltas et... voilá! a coisa melhora...
Força aí ein? Bjinhos

Noémia disse...

Credo, que ideias para aí vão!
Compreendo perfeitamente que te sintas abafada por essas ervas daninhas, porque aqui de vez em quando teimam em crescer e também me sinto meio para o desanimada.
É preciso mesmo é ignorá-las,sacudir o desânimo e andar prá frente! :)

Rapariga da Terra disse...

Malditas ervas daninhas...por aqui tb crescem, mas a sorte é que são fraquinhas e com raiz á vista...esmagam-se com facilidade, o problema é que insistem em crescer.Lá está, são meras ervas que não compreendem que não fazem falta nenhuma na minha vida...enfim

Rosinda disse...

Um texto muito bem escrito que descreve a realidade de quase todos nós. Ervas daninhas é o que não faltam (apesar de não fazerem falta).
Ok... sulfate não! Não gosto de químicos... e há realmente os produtos adequados que fazem bem ao coração. São verdes, a cor da Esperança...
BEIJINHOS E BOA SEMANA
Rosinda

S* disse...

Há que cultivar as coisas boas na vida... acabam por dar frutos.

Unknown disse...

Madalena,
A má disposição por vezes traz inspiração :) E tu já te "sulfataste"?

Susana Gatita,
E quando lhe trocamos as voltas e acabamos por "nos" encontrar? É tramado (com um F) ;)

Noémia,
Elas às vezes são tantas que se tornam num verdadeiro matagal daninho... mas somos mulheres para dar cabo delas :)

Land Girl,
Ainda bem que por aí são fraquinhas... Por cá ultimamente têm sido fortes, mas já se foram, felizmente :)

Rosinda,
Quando elas abundam têm que se exterminar... com coisas boas pois claro :)

S*,
Grande verdade! As más, são mesmo as que teimam em drspontar por entre as boas e querer a todo o custo acabar com elas... mas eu não deixo :)

Beijocas***

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