... ou isto será um caso muito sério???
A meio da tarde de hoje, e depois de um momento dedicado a ouvir musica para descontraír a massa esquelético-musculo-adiposa, tirei a latinha da garagem, accionei o ar condicionado automático, e pressionei play no cd. Tocava dance music. Fixe! Mesmo na onda! Aumentei o volume do som e tomei a direcção do espaço comercial onde necessitava mesmo mesmo mesmo fazer uma aquisição imperiosa de carácter utilitário cá para a tasca.
O percurso foi curto, deu para ouvir a musica até ao fim, estacionar em frente à porta (como convém), arrastar os pés até à rampa rolante, dar meia dúzia de passos e apanhar a escada rolante (sim, qu'isto de dobrar os joelhos com este calor, não é exercício fácil), arrastar mais um bocadinho os chinelos (que pareciam ter cola na sola) e chegar ao tão almejado local.
O aparelho já ía bem definido e escolhido na ideia, mesmo assim, ainda dei uma vista d'olhos noutros utilitários que começam a alongar uma pequena wishlist, para me manter actualizada e ao mesmo tempo a par de preços e promoções (qu'isto de ser uma rica gaja e não uma gaja rica, não pode ser assim toma lá dá cá). Voltinha ao espaço comercial, concluída, caixa com o utilitário a adquirir, debaixo do braço e, rastejando o chinelo em direcção à caixa para efectuar o devido pagamento lá vou eu que nem lagarta deslembrada... um blá blázinho com o rapazinho que até era simpático, mas, coitado, não sabia esclarecer nada do que eu lhe questionava...
- Deve ser novo aqui. - dizia eu para os meus chinelos.
- Assim não vai longe. - respondia-me o chinelo esquerdo.
- Habilita-se a ir recambiado pó desemprego. - o chinelo direito já a fazer-lhe a folha.
- Calem-se os dois aí em baixo que o rapaz ainda percebe! - eu, para o par que me levava de arrastão.
Caixa no saco, conta a pagar a aparecer no visor.
- São $%,/) €! - o rapazito, tímido.
Saco do cartão MB, ele enfia-o na ranhura.
- Ok, código, ok. - o rapazito, acanhado.
- Uh! Deve julgar que é a primeira vez que uso cartão MB! - eu para os meus chinelos.
- Primeira vez! Eheheheh! - o chinelo esquerdo.
- Nunca vejo dinheiro a sair-te da carteira... puxas sempre dessa coisa de plástico! - o chinelo direito já a atazanar-me a molécula.
- Shiuuuu aos dois! Alguém vos perguntou alguma coisa? - eu a perder a paciência com aqueles trastes.
Seguem-se uns segundos de silêncio, e:
- Desculpe! Código errado! Temos que repetir a operação! - o rapazito com um sorrisinho manhoso.
- Uh! Código errado? Ok, repita se faz favor! - eu incrédula.
Segue-se a repetição da operação, e:
- Desculpe! Temos que tentar de novo! Código errado novamente! - o rapazito a mostrar um sorriso ainda mais manhoso.
- Oh vocês os dois aí em baixo! Estão a ouvir-me! Parem lá a risota! O código é este, sempre foi este e eu sei-o de cor há anos. - eu a perder os sentidos.
Mais uma repetição de operação, e mais uma mensagem de código errado...
- Desculpe, não estou a perceber o que se passa... - remexo na carteira à procura de papel vivo e e de valor enquanto o rapazito fixa os olhos em mim certamente a julgar-me... a sentenciar-me de que surripiei o cartão a alguém e estava ali a fazer cambalacho.
- Mais uma vez queira desculpar-me, devolva-me o cartão por favor! Vou pagar em dinheiro. - ufff!!! eu a suar de nervoso miudinho que nem uma galega, lá encontrei dinheiro que chegava para pagar a conta e ainda tinha direito a uns trocos...
Naquele momento e perante o episódio, se me perguntassem o nome, a morada, o número de telefone, quem sou, onde estou, o que ali fui fazer... não sabia responder. Tinha-se-me esfumado toda a caixa encefálica, senti-me como que a boiar em espuma, daí não acertar com o código do cartão. Arrojei os chinelos até à escada rolante que me levou até ao piso inferior, estranha, esquisita, completamente pasmada. Até que ouvi:
-Olá! Olá! Olá!
Viro o robot que existia em mim em direcção ao som e, uma carinha bonita e simpática dirige-se a mim...
- Olá! Tudo bem? É a mãe da Titó não é? - dois beijinhos trocados com um grande sorriso.
- Ah! Olá Verónica! Sou pois! - foi ali, naquele encontro que soube quem era, saí da personagem que se instalara em mim e que ainda não percebi como e, reencontrei-me comigo e com a Verónica, menina mai linda!
Depois dos cumprimentos e alguma conversa, retomei a descida em direcção ao local onde estacionara a minha latinha. Incrível, fui lá ter sem me perder. Abri a porta e entrei. Sacudi a crina que se m'apegava ombros abaixo, chave na ignição e regressei à tasca. Com o mostrador digital do painel a acusar autonomia para apenas trinta quilómetros, nem na estação de serviço pude parar para abastecer... continuava sem me lembrar o código do cartão multibanco...
Vamos ver se o pouquinho gasóleo que resta no depósito não evapora com este calor... senão, ainda fico a penantes...
Valha-me Santo Ambrósio!
7 comentários:
Mas que epidódio!!! A mim ás vezes tb me acontecem dessas, a última foi com o pin do telele!!! Com o multibanco já me aconteceu, mas depois lá me apercebi que tinha o cartão do meu marido!!! Mas tb já me aconteceu sair numa estação de comboios (a que eu pretendia) chegar cá fora e não saber onde estava... parecia um filme de terror, este epidódio tb teve direito de destaque lá no meu canto! Enfim, ás vezes ligamos o automático e depois é dificil sair dele!
Beijinhos
Silvia
Oie, td bem?
Adorei a estória, viu? O nosso momento "automático" é difícil de perceber e pior ainda quando nos ligamos que estamos viajando... rs
Bjus e ótimo final de semana!
Grazy
http://deliriosgourmet.blogspot.com
Ufa! Afinal não é só a mim que tais «brancas» acontecem. É horrível! A mim costuma-me dar mais o esquecimento do PIN do telemóvel. Enfim...
Então Miga? que cena, e já te lembrastes?
Eu estava a ler a pensar que eu hoje sai de casa á tarde como tu, arrastei-me até a bomba da gasolina e ups...o tampão não abria e eu na reserva e uma fila atrás de mim, e os calores pelo corpo abaixo...tive que ligar ao Abelhão, ele veio na calma dele, puxou o botão e com ele deu...enfim não percebi....
beijocas
Tambem já me aconteceram dessas brancas. No meu caso acho que é PDI. Ainda o mês passado no dia 6 dei os parabens ao namorado da minha filha que tinha feito anos dia 5, pedindo imensa desculpa por me ter esquecido, só que ele tinha-os feito no dia 5 do mês anterior. E o pior é que eu tinha estado com ele no dia de anos.
São coisas que acontecem. Jinhos
Meninas,
Acho que de uma forma ou de outra, a quase todas nós já acontecerem episódios semelhantes. Com o pin do telele, já me aconteceu milhões de vezes, mas não fico preocupada, agora numa caixa a querer efectuar um pagamento... é mais complicado eheheheh
Isto foi uma "branca" daquelas e já me fartei de rir à custa das minhas desgraças, valha-me isso.
Já em casa e umas horas depois, consegui lembrar-me do código, estava apenas a trocar um digito... enfim, ando mesmo toda trocada.
Ah e ontem consegui chegar com a latinha à estação de serviço, já está bem abastecida ;)
Beijocas a todas
lol
Se eu estivesse lá isso não acontecia, levavas logo uma pisadela que isso te passava logo.
Oh mulher tu realmente só fazes figuras, tu não podes sair de cas.
Olha que tu porta-te bem porque sábado temos um casamento, não podes relinchar, beber alcool, vestir a casaca pk ficas com calor, tirar os óculos de sol para não se verem as olheiras, isto não é uma wishlist mas sim uma lista de recomendações. Ah e levanta os pés, não vás tu cair também. olha que vais de SALTO ALTO!!!
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