Os Meus Artigos

sábado, 21 de agosto de 2010

Tudo programado...

... para a saída de laurear a pevide, ontem à noite e, a latinha a fazer-se de esquisita!


A semana que passou foi do mais entediante que se passa imaginar e ontem ao acordar disse assim para a família felina feliz:
- Meus meninos! Logo à noite vou pôr as patas fora desta tasca! Ai vou vou!
Eles, primeiro a olharem-me fixamente e depois uns para os outros, numa troca de olhares e mexer de bigodes:
- Ai vais?! A que horas sais mesmo de casa hein?! E com quem?!
- Ó meninos! Francamente! Ond'équ'isto já chegou? Satisfações? A vocês?
- Ah pois! Quando acordas com ideias... hummm... é preciso muita cautela!

O dia decorreu normal e até mais animado do que os anteriores, pudera, a ideia estava lá... tudo voou e desandou nas minhas mãos e depressa chegou a hora de sair.

Chegada à garagem, a latinha mostrou-se em sintonia com a familia felina feliz. Dou à chave e nada, mais uma volta na chave e nada, um barulho estranho, e nada...
- Mau! Então tu também? Não queres colaborar? Não queres sair nem deixar sair?
Mais uma volta na chave, um esforço terrível para dar qualquer sinal de querer pegar.
- Mau! Mas tu queres contrariar-me? Olha que pego já no rasteirinho da Titó e tu ficas de castigo!
Mais uma volta na chave e a muito custo, lá pegou! Deixá-la trabalhar uns minutitos, umas aceleradelas, engatar a marcha à ré e lá sai ela como se nada a contrariasse. Atrás e já na rua, ouvia-se:
- E vamos nela assim?
- E se pára pelo caminho?
- E se ao voltarmos para a tasca ela não pega outra vez?
Eu, na minha calma usual:
- Não se preocupem... se não pegar, empurra-se! Se não andar, chama-se a assistência em viagem e vem de charola!
A minha querida latinha, ao ouvir estes pressupostos todos, arreganhou um belo sorriso na farolada dianteira de xenon e sem hesitações levou-nos e trouxe-nos aos destinos.
- Linda menina hein! - eu para ela, a mimar-lhe o capot e fazer-lhe festinhas nos espelhos laterais.
- Hummmm!!! Minha dona mais querida!!! - a minha latinha a colear-se de satisfação.
- Hey! Mas olha lá! Isto não vai ficar por aqui! Amanhã vou ligar ao teu médico de família e vais à consulta!
- Consulta? Mas eu estou bem! - ela com ar enjoado, tadita, detesta ir ao médico. E eu, diga-se de passagem que também não gosto nada de a lá levar. É que consultas da especialidade automóvel são sempre uma caixinha de surpresas. Nunca se sabe ao certo o que o doutor vai receitar, embora já tenhamos na ideia um rabisco do diagnóstico.

Hoje, a meio da tarde, lá vou eu e o Nino, com ela à consulta. Pelo caminho, um monólogo...

- Está bem lavado este carro, está está!
- Olh'ó tablier cheio de pó!
- Quem é que andou com os pés aqui? E ali?
- Olham'estes tapetes cheios de cinza!
Ao que eu respondia:
- Tum tum tum oliveira matos, no rego do... piiiiiii!

Chegados ao consultório do xô doutor, fomos logo atendidos. Abriu-lhe a porta barrigal, olhou-lhe p'áquelas tripas todas, testou aqui e ali, ligou-lhe um computador e, tungas! Diagnóstico completo!
-»Bateria
-»Erro de chave
-»E mais um erro qualquer que já não m'alembro!
Seguiu-se a medição da bateria, a extracção das velas. Bateria fraquinha fraquinha, velas impecáveis. Desmontagem de uma parafernália de coisas esquisitas (estas entranhas motoras são complexos, bolas!), montagem da bateria nova e mais potente (yes! Agora os arranques dão mais pica), montagem e verificação de mais uns orgãos esquisitos que não percebo nada e pronto! Consulta paga! Vá lá que o xô doutor de família é nosso amigo e a coisa ficou mais em conta, próxima consulta semi-agendada para já daqui a quatro mil quilómetros (e esta vai doer mais, substituição da correia de distribuição...) e regressámos à tasca num arranque apoteótico e em ameno diálogo...

- Eu sempre disse que era a bateria! - ele todo inchado.
- Pois disseste, mas eu também nunca disse o contrário! - eu, na boa.
- Começaste a dizer que eram as velas! - ele a querer conversa.
- Eu só disse que poderiam ser as velas! - eu, na boa.
- Por aquele tró-tó-tó-tó-tó-tó via-se logo que era a bateria! - ele a puxar pó desatino.
- Mas o único som que conheço de bateria é tchum tchum tchum tchecapum tchecapum pum pum! - eu, na música do costume.

E é assim, que um casal destrambelhado de todo, disserta ácerca de uma gripose da latinha da menina!

Ah! E depois de tudo isto, alguém quer saber onde foi a saída nocturna? Mesmo que não queiram, eu digo... eheheheh
Esta tachada de açorda de marisco e umas valentes bejecas, para inchar ainda mais aquela zona complicada de nome extremamente confuso, estomaco-abdomino-adiposo!


E... e também querem saber onde? Pronto, ok ok, mesmo que não queiram, eu digo... eheheheh

Onde se come muito bem
Seja pobre ou seja rico
Sem distinção para ninguém

P.S.: Não há foto das bejecas porque pode impressionar os mais sensivéis!
P.S. I: Prometo que depois de ir uns diazitos de vacaciones volto a fazer posts com algum jeito!
P.S. II: Amanhã há sardinhada! Se eu encontrar sardinhas...

10 comentários:

Sissamar disse...

Pois é! Estes nossos familiares cromados, quando começam com este tipo de transplantes é uma pipa de massa! E o pior é que não tem comparticipação, mas pronto, se a gente os tem connosco tem de os cuidar não é??? Doi-me o coração quando passo em certos "lares" e os vejos, todos encavalitados, em cima uns dos outros, não seria capaz de uma atrocidade dessas! Fizeste bem, agora mais vitaminado até vai parecer adolescente!!!
Beijinhos

conceicao disse...

As latinhas de vez quando fazem isso a minha quando ficou sem bateria também foi um filme :)
Belo Petisco. Boas férias.
Bjs

Smsn-artes e ideias disse...

boas ferias!!!

Maria Maia disse...

Beijocas em voçes e na latinha.

Deia disse...

Açorda de marisco... faz-me lembrar a Costa Vicentina e... férias!
Bom descanso
bjs

ameixa seca disse...

Adorei as onomatopeias :)

justme disse...

Pois com a Açorda e as bejekas ainda me abres o apetite, já as sardinhas nem cheirá-las... Mas se tiveres por aí uns carapaus não digo que não, melhor ainda um bacalhau assado co muitos coentros e umas bejekas, claro:)))
Bjs.

moranguita disse...

que rica açorda ai que boa
boas ferias
beijinhos

Especialmente Gaspas disse...

Bela paparoca :))

Unknown disse...

Olá Meninas

Pois é verdade, temos mesmo que cuidar bem das nossas latinhas para que durem e não nos deixem ficar mal. Ah e também são mais uma boca à mesa e por vezes até nos esquecemos disso. :)

A açorda de marisco estava divinal, a foto é que não está grande coisa... o apetite voraz não permitiu melhor! ;)

Quanto a férias, agradeço muito os vossos votos delas, mas não vou ainda de férias, nem sei quando, nem sei se... :(

Beijocas***

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